A lombalgia crônica representa um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade, afetando milhões de brasileiros e sendo uma das principais causas de incapacidade funcional e afastamento do trabalho. Caracterizada pela persistência da dor lombar por mais de três meses, essa condição impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes e gera custos expressivos para o sistema de saúde. Felizmente, a medicina moderna oferece diversas abordagens terapêuticas não cirúrgicas, entre as quais as infiltrações na coluna ocupam papel de destaque como alternativa eficaz para o controle da dor.
O tratamento conservador com infiltrações consiste na aplicação de medicamentos diretamente na região afetada da coluna, permitindo ação localizada e potencialmente mais efetiva do que medicações orais. Este procedimento minimamente invasivo pode ser utilizado tanto para fins terapêuticos quanto diagnósticos, auxiliando o médico especialista a identificar com precisão a origem da dor quando exames de imagem não são conclusivos.
✓ DADO IMPORTANTE
Aproximadamente 80% da população experimentará algum episódio de dor lombar ao longo da vida, e cerca de 10% a 15% desses casos evoluirão para quadros crônicos que necessitam de tratamento especializado.
O Que é Lombalgia Crônica e Por Que Ocorre
A lombalgia é definida como dor localizada na região inferior das costas, entre a margem das últimas costelas e a região glútea. Quando essa dor persiste por mais de 12 semanas, recebe a classificação de crônica. Diferentemente da dor aguda, que geralmente responde bem ao tratamento convencional e tende a melhorar espontaneamente, a lombalgia crônica frequentemente apresenta mecanismos complexos de dor que envolvem tanto componentes físicos quanto psicológicos.
Principais Causas da Lombalgia Crônica
As estruturas da coluna lombar que podem originar dor incluem discos intervertebrais, articulações facetárias, articulações sacroilíacas, músculos, ligamentos e nervos. Em muitos casos, a causa específica não pode ser identificada com precisão, caracterizando a chamada lombalgia inespecífica, que corresponde a aproximadamente 85% dos casos.
ESTRUTURAS QUE PODEM CAUSAR DOR LOMBAR
Discos Intervertebrais
Hérnias, protrusões, degeneração
Articulações Facetárias
Artrose, síndrome facetária
Articulação Sacroilíaca
Sacroileíte, disfunção articular
Nervos Espinhais
Compressão, inflamação radicular
Na lombalgia crônica, frequentemente estão presentes componentes nociceptivos e neuropáticos. A dor nociceptiva origina-se de lesão ou dano tecidual nas estruturas da coluna, enquanto a dor neuropática tem sua origem em alterações do sistema nervoso, central ou periférico. Compreender essa distinção é fundamental para a escolha adequada do tratamento.
Tipos de Infiltrações na Coluna Lombar
As infiltrações na coluna constituem procedimentos médicos minimamente invasivos que envolvem a injeção de medicamentos em pontos específicos da estrutura vertebral. Esses procedimentos podem ser realizados com finalidade terapêutica, para alívio da dor, ou diagnóstica, para identificar a origem exata do problema quando os exames de imagem não são conclusivos.
Infiltração Epidural
A infiltração epidural consiste na aplicação de medicamentos no espaço epidural, a região entre a membrana que envolve a medula espinhal (dura-máter) e as paredes ósseas do canal vertebral. Este procedimento é particularmente indicado quando a dor se irradia para os membros inferiores, como ocorre na ciática, ou quando há inflamação relacionada a hérnias de disco ou estenose do canal vertebral.
Existem diferentes vias de acesso para a infiltração epidural, incluindo a abordagem interlaminar (entre as lâminas vertebrais), a transforaminal (através do forame por onde sai o nervo) e a caudal (através do hiato sacral). A escolha da técnica depende da localização específica do problema e da experiência do médico especialista.
Bloqueio Facetário (Infiltração das Articulações Facetárias)
As articulações facetárias são pequenas articulações localizadas na parte posterior de cada vértebra, responsáveis pela estabilidade e pelo direcionamento dos movimentos da coluna. Com o passar do tempo, essas articulações podem sofrer desgaste (artrose), causando dor e rigidez características da síndrome facetária.
O bloqueio facetário pode ser realizado de duas formas principais: injeção diretamente no interior da articulação ou bloqueio do ramo medial, o pequeno nervo responsável por transmitir os sinais dolorosos da faceta. O bloqueio do ramo medial é a técnica mais utilizada devido à maior facilidade de execução e eficácia similar.
Infiltração da Articulação Sacroilíaca
A articulação sacroilíaca conecta o osso sacro (base da coluna) aos ossos ilíacos (parte da bacia). Quando inflamada (sacroileíte), pode causar dor na região lombar baixa, nádegas e irradiação para as pernas. A infiltração nessa articulação é útil tanto para tratamento quanto para confirmação diagnóstica, uma vez que a dor sacroilíaca pode ser confundida com outras causas de lombalgia.
Bloqueio Foraminal (Perirradicular)
O forame intervertebral é o canal por onde passam os nervos espinhais ao sair da coluna. Quando há compressão ou inflamação de um nervo específico, o bloqueio foraminal permite a aplicação de medicamentos diretamente ao redor da raiz nervosa afetada. Esta técnica é especialmente indicada para hérnias de disco, estenose foraminal e radiculopatias.
Medicamentos Utilizados nas Infiltrações
As infiltrações na coluna utilizam uma combinação de medicamentos que atuam de forma sinérgica para proporcionar alívio da dor e redução da inflamação. A escolha dos fármacos depende do tipo de procedimento, da condição a ser tratada e das características individuais de cada paciente.
Corticosteroides
Os corticosteroides são anti-inflamatórios potentes que constituem o principal componente das infiltrações terapêuticas. Eles atuam reduzindo a inflamação local e o edema dos tecidos, proporcionando alívio da dor a médio e longo prazo. Os mais utilizados incluem acetato de metilprednisolona, triancinolona e dexametasona. O efeito anti-inflamatório máximo costuma ocorrer entre 10 e 15 dias após o procedimento.
Anestésicos Locais
Os anestésicos locais, como bupivacaína, lidocaína e ropivacaína, proporcionam alívio imediato da dor ao bloquear temporariamente a transmissão dos impulsos nervosos. Além do efeito analgésico, a resposta ao anestésico local auxilia no diagnóstico, confirmando que a estrutura infiltrada é realmente a fonte da dor.
💡 MECANISMO DE AÇÃO DAS INFILTRAÇÕES
Como é Realizado o Procedimento
As infiltrações na coluna são procedimentos ambulatoriais, realizados em ambiente hospitalar ou centro cirúrgico, com duração média de 30 a 60 minutos. O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia, após algumas horas de observação.
Preparação para o Procedimento
Antes da infiltração, o paciente passa por avaliação médica completa, incluindo revisão do histórico clínico, exames de imagem e, quando necessário, exames laboratoriais. É importante informar ao médico sobre alergias, uso de medicamentos anticoagulantes ou antiplaquetários, e condições de saúde preexistentes.
Durante o Procedimento
O paciente é posicionado em decúbito ventral (de bruços) sobre a mesa de procedimentos. Aplica-se sedação leve endovenosa, realizada por anestesista, para proporcionar conforto durante o procedimento. A pele é preparada com antisséptico e anestesia local é aplicada no ponto de entrada da agulha.
O médico utiliza orientação por imagem em tempo real, geralmente radioscopia (fluoroscopia) ou tomografia computadorizada, para guiar a agulha com precisão até o local alvo. Em alguns casos, utiliza-se contraste radiológico para confirmar o posicionamento correto antes da injeção dos medicamentos.
Após o Procedimento
Após a infiltração, o paciente permanece em observação por 2 a 4 horas. É normal sentir algum desconforto ou dormência temporária no local da aplicação. Recomenda-se repouso relativo nas primeiras 24 horas, evitando atividades físicas intensas, levantar peso e imersão em água (piscina, banheira). A retomada das atividades cotidianas pode ocorrer gradualmente nos dias seguintes, conforme orientação médica.
LINHA DO TEMPO DO PROCEDIMENTO
Preparação
Avaliação, exames, jejum
Procedimento
30-60 minutos com sedação
Observação
2-4 horas no hospital
Recuperação
Repouso 24h, melhora gradual
Indicações e Contraindicações
Quando as Infiltrações São Indicadas
As infiltrações na coluna são indicadas principalmente para pacientes com lombalgia crônica que não responderam adequadamente ao tratamento conservador inicial, que inclui medicamentos orais, mudanças de hábitos e reabilitação física. O procedimento é considerado quando a dor persiste ou limita significativamente as atividades diárias do paciente.
As principais condições tratáveis com infiltrações incluem: hérnia de disco com dor radicular, estenose do canal vertebral, artrose das articulações facetárias, disfunção da articulação sacroilíaca, discopatia degenerativa e dor ciática persistente. Além disso, as infiltrações são utilizadas como teste diagnóstico para confirmar a origem da dor quando os exames de imagem não são conclusivos.
Contraindicações
Existem situações em que as infiltrações não devem ser realizadas ou requerem cuidados especiais. As principais contraindicações incluem: infecção ativa no local da aplicação ou sistêmica, distúrbios de coagulação não controlados, alergia conhecida aos medicamentos utilizados, gestação e condições que aumentem o risco de complicações.
Eficácia e Resultados Esperados
A eficácia das infiltrações na coluna varia conforme o tipo de procedimento, a condição tratada e as características individuais de cada paciente. De modo geral, estudos demonstram que as infiltrações podem proporcionar alívio significativo da dor, especialmente em pacientes cuidadosamente selecionados.
Para infiltrações facetárias no tratamento da síndrome facetária, estudos prospectivos demonstram resultados satisfatórios em percentual considerável dos pacientes, com melhora significativa na primeira semana que pode persistir por meses. Os melhores resultados são observados em pacientes que apresentam resposta positiva ao bloqueio diagnóstico inicial.
ESTATÍSTICAS DE RESULTADOS – INFILTRAÇÃO FACETÁRIA
73%
Resultados satisfatórios na 1ª semana
63%
Melhora mantida após 1 mês
43%
Benefício aos 3 meses
Baixo
Índice de complicações
Os efeitos da infiltração podem ser sentidos de forma imediata devido ao anestésico local, porém o benefício pleno, relacionado à ação anti-inflamatória do corticosteroide, costuma se manifestar de forma gradual nos 15 a 20 dias subsequentes ao procedimento. A duração do alívio varia de semanas a meses, dependendo da resposta individual e da condição tratada.
É importante compreender que as infiltrações, em geral, não são curativas por si só. Seu principal objetivo é proporcionar uma janela de alívio da dor que permita ao paciente participar ativamente de um programa de reabilitação, fortalecimento muscular e correção postural, que são fundamentais para o controle da lombalgia a longo prazo.
Rizotomia por Radiofrequência
Quando as infiltrações facetárias proporcionam alívio temporário mas a dor retorna, a rizotomia por radiofrequência surge como opção para tratamento mais prolongado. Este procedimento utiliza ondas de radiofrequência para gerar calor controlado que interrompe a transmissão dos sinais dolorosos através dos nervos que inervam as articulações facetárias.
A denervação por radiofrequência é particularmente indicada para pacientes que obtiveram resposta positiva aos bloqueios diagnósticos das facetas. O procedimento é realizado de forma semelhante às infiltrações, com o paciente sob sedação e utilizando orientação por imagem. Uma agulha especial é posicionada junto ao ramo medial do nervo, e a ponta da agulha é aquecida para danificar as fibras nervosas responsáveis pela transmissão da dor.
Os estudos mostram que pacientes cuidadosamente selecionados podem apresentar melhora significativa da dor e da função após a rizotomia, com efeitos que podem durar de meses a anos. Eventualmente, os nervos podem se regenerar e a dor pode retornar, sendo possível repetir o procedimento quando necessário.
Abordagem Multimodal no Tratamento da Lombalgia
O tratamento eficaz da lombalgia crônica raramente depende de uma única intervenção. A abordagem multimodal, que combina diferentes modalidades terapêuticas, oferece os melhores resultados a longo prazo. As infiltrações fazem parte desse arsenal terapêutico, mas devem ser integradas a outras estratégias.
O tratamento conservador ideal inclui: medicamentos para controle da dor e inflamação, reabilitação física com exercícios de fortalecimento e alongamento, correção postural, educação do paciente sobre a condição, modificação de hábitos de vida e, quando indicado, procedimentos intervencionistas como as infiltrações.
CHECKLIST DO TRATAMENTO CONSERVADOR
A reabilitação física desempenha papel fundamental após as infiltrações. Com o alívio da dor proporcionado pelo procedimento, o paciente consegue participar de programas de exercícios que visam fortalecer a musculatura da coluna, melhorar a flexibilidade e restaurar a funcionalidade. Exercícios específicos, como Pilates e RPG, podem ser especialmente benéficos quando orientados por profissionais qualificados.
CLÍNICA DR. HONG JIN PAI
Especialistas em tratamento da dor com formação pelo Grupo de Dor da Neurologia e Ortopedia do Hospital das Clínicas da FMUSP. Oferecemos tratamentos não cirúrgicos personalizados para lombalgia crônica.
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Perguntas Frequentes
Considerações Finais
As infiltrações na coluna representam uma opção terapêutica valiosa no tratamento conservador da lombalgia crônica, oferecendo a possibilidade de alívio significativo da dor quando bem indicadas. A escolha do tipo de procedimento, a seleção adequada dos pacientes e a integração com outras modalidades de tratamento são fundamentais para otimizar os resultados.
É fundamental que o tratamento seja conduzido por uma equipe médica especializada, capaz de realizar avaliação criteriosa, indicar o procedimento mais adequado para cada caso e acompanhar a evolução do paciente ao longo do tempo. A combinação de infiltrações com reabilitação física, mudanças de hábitos de vida e outras terapias complementares oferece as melhores perspectivas de controle da dor e recuperação funcional.
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