ARTIGO

Dor no Músculo Romboide – Dor no da coluna

Romboides: O Famoso “Nó” Entre as Escápulas

Se você já sentiu aquela pontada chata ou queimação constante bem no meio das costas, entre a coluna e a “asa” (escápula), você provavelmente conheceu a fúria dos músculos romboides. Frequentemente negligenciados em favor do pescoço ou lombar, os romboides são as principais vítimas da má postura moderna.

Esses músculos (Maior e Menor) trabalham incansavelmente para manter seus ombros para trás e a postura ereta. Quando eles falham ou são sobrecarregados, desenvolvem pontos-gatilho (nós de tensão) que geram uma dor profunda, muitas vezes descrita pelos pacientes como “uma facada” ou “um peso” que não passa, mesmo mudando de posição.

🧬 Anatomia Funcional: Os “Cintos de Segurança” das Costas

Eles conectam a coluna vertebral à borda da escápula, agindo como cabos de tensão.

Localização Profundos, logo abaixo do trapézio, na região torácica superior (entre T2 e T5).
Função Principal Retração Escapular (juntar as omoplatas) e estabilização da cintura escapular.
O Grande Inimigo A postura curvada (“ombros caídos”) que estira esses músculos constantemente.

Causas: Por que Doi Tanto no Meio das Costas?

A dor nos romboides é quase sempre um problema de “cabo de guerra”. Quando você projeta os ombros para frente (ao usar o celular ou computador), os músculos peitorais (na frente) encurtam e puxam os ombros. Os romboides (atrás) precisam lutar contra essa força para tentar trazer os ombros de volta. Essa batalha constante leva à exaustão e formação de pontos-gatilho.

1. Postura Cifótica (Corcunda)

Manter a coluna torácica arredondada (cifose aumentada) coloca os romboides em uma posição de estiramento sob tensão (falso alongamento). As fibras musculares tentam se contrair para proteger a articulação, mas estão fisicamente esticadas, criando um ambiente perfeito para hipóxia e dor.

2. Esforço de Tração e Carga

Exercícios de remada na academia feitos com carga excessiva ou técnica ruim, assim como carregar mochilas pesadas, sobrecarregam diretamente esses músculos. Movimentos repetitivos de puxar algo em direção ao corpo também são gatilhos comuns.

🖥️
Trabalho de Escritório

Braços à frente digitando por horas estiram os romboides continuamente.

🎒
Mochila Pesada

O peso puxa os ombros para trás, forçando os romboides a estabilizar a carga.

🛌
Colchão Mole

Dormir sem suporte adequado faz a musculatura trabalhar a noite toda.

🧗
Overuse no Esporte

Escalada, remo ou CrossFit sem o devido descanso muscular.

Sintomas: Queimação, Pontada e Estalos

Diferente de outros músculos que espalham a dor para longe, o romboide gosta de doer exatamente onde ele está. É uma dor local, irritante e persistente.

Mapeamento da Dor do Romboide
Sintoma Como o Paciente Descreve Quando Piora?
Dor Interescapular Sensação de facada, queimação ou peso profundo entre a coluna e a escápula. Ao final do dia, após muito tempo sentado.
Crepitação (Estalos) Sente e ouve “croc-croc” ao girar os ombros (Síndrome do Ressalto). Ao movimentar a escápula.
Fadiga Postural Incapacidade de manter as costas retas; vontade incontrolável de curvar. Ao tentar “corrigir” a postura forçadamente.
Dor Referida Leve Dor que espalha levemente para o ombro posterior ou topo da escápula. Ao apertar o ponto-gatilho.

A dor é tipicamente unilateral (dói mais de um lado), mas pode ser bilateral em quem tem má postura severa. Um sinal clássico é o alívio temporário ao pedir para alguém massagear ou apertar forte o ponto doloroso.

Diagnóstico e Exame Físico

O diagnóstico é clínico. Raramente são necessários exames de imagem, exceto para excluir problemas na coluna.

  • Inspeção Visual: Observa-se frequentemente a escápula “alada” (borda medial descolada do tórax) ou ombros rodados para frente.
  • Palpação: O médico ou fisioterapeuta encontra nódulos extremamente sensíveis na borda interna da escápula. A pressão reproduz a dor exata que o paciente sente.
  • Teste de Retração: Pedir para o paciente “juntar as escápulas” com força. Dor ou fraqueza confirmam o envolvimento dos romboides.

⚠️ O que pode ser confundido com dor no Romboide?

É crucial diferenciar a dor muscular de problemas viscerais ou vertebrais:

! Hérnia de Disco Torácica: Dor mais central na coluna, piora ao tossir ou espirrar.
! Problemas Gástricos/Cardíacos: Dor referida de úlcera ou angina (raro, mas possível). Geralmente associado a náuseas ou esforço cardiovascular.
! Nervo Dorsal da Escápula: Compressão nervosa que causa fraqueza real e dor tipo choque.

Tratamentos: Soltando o “Nó” e Fortalecendo a Postura

O tratamento dos romboides tem dois pilares: Alívio da Dor (fase aguda) e Correção Postural (fase de manutenção). Apenas tratar a dor sem corrigir a postura (ombros caídos) resultará no retorno dos sintomas em poucos dias.

1. Agulhamento Seco (Dry Needling)

Excelente para “quebrar” a fibrose dos pontos-gatilho. Como o músculo é profundo (abaixo do trapézio), o agulhamento consegue atingir o romboide de forma precisa. A técnica provoca um relaxamento imediato e melhora a circulação local. Deve ser feito por especialista devido à proximidade com o pulmão (pleura).

2. Terapia Manual e Liberação Miofascial

Técnicas de pressão isquêmica (apertar e segurar) e deslizamento profundo são muito eficazes. Soltar também o peitoral menor (na frente do ombro) é crucial, pois ele é o antagonista que está puxando o ombro para frente.

3. Fortalecimento Inteligente

Não basta alongar; o romboide muitas vezes está fraco e estirado. Exercícios de remada baixa, face pulls e crucifixo invertido são essenciais para devolver o tônus e a resistência ao músculo, permitindo que ele segure a escápula no lugar certo sem fadigar.

Estratégias de Tratamento
Abordagem Técnica Objetivo
Intervenção Médica Infiltração de Pontos-Gatilho / Acupuntura Alívio rápido da dor aguda e inflamação.
Fisioterapia Manual Massagem Profunda / Liberação Miofascial Soltar a tensão e melhorar mobilidade.
Exercício Corretivo Remadas / Face Pulls / Alongamento de Peitoral Corrigir a cifose e fortalecer as costas.
Ergonomia Ajuste de Monitor e Cadeira Prevenir a recorrência diária.

Fases da Recuperação

1
Soltar
Massagem/Agulhamento para tirar a dor
2
Alongar
Abrir o peitoral e ganhar mobilidade
3
Ativar
Ensinar o músculo a contrair certo
4
Fortalecer
Carga progressiva para resistência

Fato Curioso

Mais de 70% das dores crônicas nos romboides não são primárias, mas sim secundárias ao encurtamento do músculo Peitoral Menor. Tratar apenas as costas sem alongar o peito é a principal causa de falha no tratamento.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Bolinha de tênis ajuda?

Sim! Deitar sobre uma bolinha de tênis ou lacrosse posicionada entre a coluna e a escápula é uma excelente forma de automassagem para liberar pontos-gatilho em casa.

2. Por que minha dor volta sempre?

Provavelmente porque a causa postural não foi corrigida. Se você liberar o músculo mas continuar curvado no computador o dia todo, a tensão voltará. Fortalecer é a chave.

3. Calor ou gelo?

Para romboides (dor tipo cansaço/tensão crônica), o calor é muito superior. Ele aumenta o fluxo sanguíneo e relaxa o músculo. Gelo só se houver uma lesão aguda recente (pancada).

4. O que é escápula alada?

É quando a borda da escápula “salta” para fora das costas, indicando fraqueza do músculo Serrátil Anterior ou dos Romboides. Isso gera instabilidade e dor.

5. Agulhamento no pulmão é perigoso?

O risco de pneumotórax existe se a técnica for errada, mas com profissionais capacitados (médicos/fisioterapeutas especialistas), é muito seguro. A agulha é inserida tangencialmente (de lado) e não profundamente em direção ao tórax.

6. Dor no romboide pode ser coração?

É raro, mas possível. Dor cardíaca geralmente vem com aperto no peito, falta de ar ou náusea. Dor do romboide é mecânica: piora ao mexer o braço ou apertar o local.

7. Qual o melhor exercício para prevenir?

O “Face Pull” (puxada na face com corda) e a Remada Baixa são excelentes para fortalecer. O alongamento de porta para o peitoral também é essencial.

8. Estalar as costas ajuda?

Traz alívio momentâneo pela liberação de endorfinas e mobilização articular, mas não resolve o ponto-gatilho muscular. O hábito excessivo pode gerar hipermobilidade indesejada.

9. Ventosa funciona?

Sim, a ventosaterapia é ótima para aumentar o fluxo sanguíneo na região interescapular, que costuma ser pouco vascularizada (zona de tensão).

10. Quanto tempo demora o tratamento?

O alívio da dor aguda ocorre em 1-3 sessões. A reeducação postural e ganho de força muscular para evitar recidivas leva de 8 a 12 semanas de exercícios regulares.

📏 Teste Rápido de Postura

Descubra se seus ombros estão sobrecarregando seus romboides.

Instrução: Fique em pé normal, relaxado, e peça para alguém olhar de lado (ou use um espelho).

👼 Wall Angel: O Melhor Exercício

Este exercício fortalece os romboides e alonga o peitoral ao mesmo tempo.

Passo 1: Encoste as costas, glúteos e cabeça em uma parede.
Passo 2: Levante os braços formando um “W” (cotovelos dobrados), tentando encostar cotovelos e punhos na parede.
Passo 3: Deslize os braços para cima (formando um “V”) e para baixo sem desencostar da parede.

Desafio:

Tente fazer 10 repetições. Se sentir queimação entre as escápulas, está funcionando!

🔔 Lembrete de “Reset” Postural

A cada 30 minutos, seu corpo “esquece” a postura correta. Use este timer para lembrar de corrigir.

30:00

Quando o timer zerar: Levante, gire os ombros para trás 5 vezes e aperte as escápulas.

Dr. Hong Jin Pai & Associados

Especialistas em tratar a dor na origem. Nossa equipe multidisciplinar, vinculada ao Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP, utiliza as técnicas mais modernas para resolver dores posturais e miofasciais.

Tratamentos Médicos

  • Infiltração de Pontos-Gatilho
  • Acupuntura Médica
  • Ondas de Choque
  • Mesoterapia para Dor

Reabilitação Postural

  • RPG (Reeducação Postural)
  • Dry Needling Profundo
  • Liberação Miofascial Manual
  • Pilates Clínico

📍 Endereço: Al. Jaú 687 - Jardim Paulista - São Paulo - SP

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Dr. Marcus Yu Bin Pai

Médico especialista em Acupuntura e Fisiatria pela USP. Área de Atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira. Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo. Professor e Colaborador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP. CRM 158074 / RQE 65523, 65524, 655241

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